Estamos na Semana Mundial do Aleitamento Materno e achamos legal compartilhar a experiência de uma mãe que amamentou gêmeos.  Se com um filho só o processo já é difícil, imaginem com dois, não é? Mas é possível como vocês podem conferir neste breve relato da Sueli que, além dos gêmeos Aline e Alex, hoje com 28 anos, é mãe também da Érica, de 37, e da Ellen, de 32. Nossa visita de hoje é administradora por formação e por experiência, afinal, administrar a criação de quatro filhos + trabalho + casa é, no mínimo, desafiador. 😉

Amamentando gêmeos | Por Sueli Matos

Os gêmeos Alex e Aline foram amamentados até os 7 meses. | Crédito: Arquivo pessoal

Antes dos gêmeos nascerem, eu já havia decidido que eles seriam amamentados por 7 meses, só com meu leite, como havia feito com as duas filhas anteriores. Meus princípios diziam que eles mereciam igual tratamento e não teriam qualquer perda por terem nascido em dupla.

Na primeira semana, sofri muito com “empedramento” do leite, pois eu alternava o seio entre o Alex e a Aline e como ela mamava menos do que ele, o seio não esvaziava totalmente e eu era obrigada a ir na maternidade tirar leite para não ter febre (naquele tempo não tínhamos os recursos atuais para fazer isto em casa).

Com gêmeos, você não tem tempo para dar os dois seios para cada um, por um longo tempo e ainda esperar outro tanto para arrotar. As coisas têm que ir se encaixando como dá e como a mãe aguenta.

Logo, descobri, sem ler em livro algum, que o leite de que cada um necessita e absorve é exatamente na quantidade que o seio reabastece, tão logo se imponha um ritmo normal das coisas, é claro. Depois disso, quase joguei o De Lamare fora (era a bíblia de toda mãe quando não tínhamos Google) e decidi a partir de então que o seio da direita seria da Aline e o da esquerda do Alex. Foi um alívio! Tudo resolvido neste quesito.

Os gêmeos já grandes com a mamãe Sueli. |Crédito: Arquivo pessoal

Também pude observar com os gêmeos que as teorias e crendices populares com relação a influência da alimentação da mãe no organismo do filho é apenas parcialmente correta. Uma tinha diarreia e o outro prisão de ventre, mas o leite e a mãe eram os mesmos!! Como explicar? Acredito que uma parcela do motivo seja a genética de cada um.

O mesmo raciocínio se aplica às cólicas. Dizem que quando a mãe está nervosa passa isso para os filhos. Eu passava horas com a Aline no colo, esperneando com contrações, enquanto o Alex dormia como um anjo após cada mamada. Vai entender?

Por isso afirmo, ser humano é uma eterna incógnita…desde pequenininhos.

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