Ser mãe é… Pagar a língua!
A maternidade é uma grande escola, mas reconheço que não falar do que ainda não sei calhou como a LIÇÃO NÚMERO 1. Eu tinha uma série de expectativas e ideias já concebidas sobre que tipo de mãe eu seria, parte delas não consegui manter e já comecei na maternidade, olhem só:
1. Desde o começo da gravidez, eu e o João decidimos que a Maria Antônia não chuparia bico. Decidimos errado! Na primeira noite da maternidade, lá foi o João atrás de uma farmácia, comprar um bendito bico. Ela chorou a primeira noite praticamente inteira e com o bico, conseguimos fazê-la dormir mais, no meu colo;
2. Eu decidi que seria sempre uma mamãe bem produzida, bem vestida e maquiada. Oi???????? Pagando a língua MASTER, já comecei no final da gravidez, quando as roupas já não caíam tão bem e o conforto era prioridade. Quando ela nasceu, depois das noites mal dormidas, não tinha dúvidas entre dormir 5 minutos ou passar um corretivo. E até hoje, nem sempre consigo disfarçar as olheiras ou arrumar os cabelos, mas por outro motivo, tenho que estar sempre atrás do turbo engatinhador que é a minha bagunceirinha e não dá tempo. Às vezes, olho aquelas mulheres impecáveis com um bebê e penso “qual o segredo?”;
Enfim, já aprendi que não há receita de bolo na maternidade. Quando educamos com boa vontade e amor, não podemos ser julgados pelo certo ou errado.
3. Quando estava grávida, eu achava um absurdo os casais que deixavam o bebê dormir na mesma cama ou no quarto por muito tempo, pois sempre achei que o casal não deveria perder sua privacidade. Dizia que a partir do segundo mês, já colocaria a minha filhotinha no bercinho dela, adivinhem a surpresa!? A Maria Antônia só foi pro bercinho no quinto mês e mesmo assim, até hoje (com 11 meses), nos dias em que estou muito cansada ou ela muito manhosa, quando acorda de madrugada, dou de mamar na minha cama e dormimos todos juntinhos até a manhã seguinte. E digo mais, é uma delícia, ela é uma fofura, aquelas mãozinhas carinhosas são demais! Algumas pessoas me dizem que vai ser muito difícil fazê-la se acostumar só com o quartinho dela, mas eles são bebês só uma vez, como deixar de aproveitar!?
4. Um pouco antes da Maria Antônia nascer, uma amiga passou o telefone de uma enfermeira, sugerindo que eu a contratasse para me ajudar a cuidar da minha pequetucha. Eu logo recusei, pois não tinha nenhum interesse em dividir essa responsabilidade deliciosa com alguém, que não o meu marido. E novamente, paguei a língua, a Maria Antônia chorava noite e dia, dormia pouquíssimo e só no meu colo e acordava mais de 5 vezes por noite (depois descobrimos que era refluxo, conto em outro post). O cansaço era tanto que até o meu fluxo de leite mudou, tive a mastite (confira neste post) e para evitar qualquer nova interferência na amamentação, pedi o contato da enfermeira e contratei-a em noites intercaladas durante 1 mês. Nossa, isso me ajudou MUITO e não deleguei os cuidados, a Vera só me chamava de madrugada para dar de mamar e a colocava para arrotar, o restante era comigo. Ah! E como era uma enfermeira experiente, ainda me ensinou alguns macetes para o banho. Hoje reconheço a importância de pedir ajuda quando necessário, para o nosso bem e por consequência, para o bem do nosso bebê;
5. Disse também que não daria leite artificial (esse tema tb merece outro post) de jeito nenhum, só disse, depois da mastite, que tanto cito, fui obrigada a complementar, mas em 1 mês consegui fazer o retrocesso e ela voltou a mamar praticamente só leite materno até os 6 meses;
6. Esse item foi um grande chicote! Tem um casal de amigos, que depois que o filho nasceu parou de sair a noite, por que o bebê tinha que dormir em tal hora, tinha a rotina e bla bla, eu achava um saco! Pronto. Nasce a minha preciosidade. Quando foi mesmo a última vez que saímos para jantar? Nem lembro… rsrsrs. Brincadeira, verdade que saímos algumas vezes à noite, mas é sempre estressante, ela fica bem chorosa, quer dormir, mas dificilmente consegue. E coitadinha né?! Evitamos sair o tempo todo para que ela possa descansar mais tranquilinha, mas também não a deixamos trancada numa bolha de sabão, tentamos agir com um certo equilíbrio;
7. Quando comecei a me preparar para a introdução alimentar, decidi que seguiria perfeitamente as recomendações da nutricionista. Pois bem, perfeitamente, só que nem tanto. Graças a Deus, minha bebê é uma draguinha, come tudo (vou contar mais em outro post), não pode ver uma colher na frente que já vai logo abrindo a boca, não quer nem saber o que tem dentro rsrsrs! Enfim, exatamente por isso, sempre que estamos comendo, ela fica de olho em T-U-D-O e mesmo sabendo que não é o ideal, já deixei ela provar algumas coisas que não devia, como bolo de côco que tem açúcar :o, bolacha Maria, que parece um ótimo lanchinho, mas tb é cheia de conservantes, nada recomendada, purê de batata dos buffets a quilo, cheeeeia de sal e até um tisquinho de aipim frito, mas juro que foi bem pouquinho de tudo. No mais, tento caprichar na alimentação dela (vale um post especial).
Enfim, já aprendi que não há receita de bolo na maternidade. Quando educamos com boa vontade e amor, não podemos ser julgados pelo certo ou errado. E você, já pagou a língua?
Juuuu! Penso igual você pensava sobre tudo!! Ainda bem que tenho bastaaante tempo para repensar… rsrsrs
kkkkkk Se cuida, Carol! Só não ser radical e se permitir mudar de opinião que as coisas se encaixam, mas pagar a língua é inevitável!
Identificação total com esse post! Não cheguei a contratar uma enfermeira, mas paguei a língua em todos os outros itens… E agora, na fase do terrible two, é duro manter o controle e não ceder às birras. Às vezes, prefiro fingir que não vi para não ter que desencadear uma guerra. (claro que isso só vale para coisas não tão importantes…)