Duas vezes mastite
Ao recebermos alta da maternidade, a médica parou no nosso quarto e fez uma série de explicações sobre a recuperação, sobre amamentação e até dicas sobre as trocas de fraldas, telefones de enfermeiras, etc. Especificamente sobre amamentação ela me disse que é comum ter leite empedrado, que causaria uma certa dor, mas que bastava um banho quente, massagem e ordenha e tudo ficaria bem, comentou sobre mastite, mas disse para eu não me preocupar, afinal só ocorre em 10% das mulheres e a solução era um antibiótico.
Pois bem, lá fomos nós para casa, eu achando que a amamentação era instintiva para o bebê e por isso, despreocupada com qualquer palpite alheio. Como contei no outro post, senti muita dor nas primeiras duas semanas da amamentação, era de ver estrelinhas!! Fiquei com os bicos dos seios rachados e por isso, comecei a procurar várias ‘ferramentas’ que me ajudassem a passar por isso sentindo menos dor, como:
Bico de seio artificial: Feito de silicone, bastava sobrepor ao bico do seio e ele evitava o atrito da pele com a boca do bebê. Este não foi bom para nós, percebi que a Maria Antônia tinha mais cólica quando eu usava e acho que dificultava um pouco a sucção, mas a anatomia faz diferença, então cada caso, é um caso;
Casca de banana ou mamão: A parte interna da casca alivia a dor e acelera a cicatrização;
Pomada de lanolina pura: Eu usei a Mater Care, mas existem outras opções, são carinhas (paguei quase R$ 90), mas duram bastante, nem terminei de usar por que logo deixou de ser necessário;
Disco de gel: Utilizei o Mamare, que é um parzinho de discos em gel que aliviam a dor no bico dos seios e que eram reutilizáveis, bastava lavar e manter guardado na geladeira.
Além disso, fiquei dois dias sem amamentar no seio direito, para ver se acelerava a cicatrização, o que possivelmente gerou a mastite, que nada mais é do que um ducto mamário entupido pelo leite que ficou parado. Pode ser provocada por uma bactéria também, mas acho que não foi o caso. Mas enfim, estava tão envolvida com todas as novidades daquele momento, que jurei – com toda a teimosia que o universo me deu – por 1 semana inteira, que aquilo era o tal ‘leite empedrado’. Mas eu massageava, tomava banho quente, ordenhava e só piorava, doía a ponto de, em determinado momento, não conseguir mais deixar a água do chuveiro escorrer na região, sem contar a febre, a vermelhidão e o endurecimento. Aí minha mãe (mãe é mãe até quando é vó! rsrs), me levou ao médico, que analisou rapidamente e logo me mandou para o ultrassom. A médica que fez o exame só encostou o aparelhinho e já me olhou dizendo “nossa, você deve estar sentindo muita dor!!! Tem um abcesso, está totalmente infeccionado.”. E eu pensei “é, realmente está doendo”, mas eu não sabia que aquilo era “muita” dor.
Seguindo a sabatina, voltei ao consultório do médico na mesma hora e ele me pediu para jejuar, pois no final da tarde já iria para o centro cirúrgico, para drenar o abcesso, já que naquela altura o antibiótico não faria efeito. Imaginam o meu medo????!!!! Com uma bebêzinha de menos de 1 mês, ter que ficar longe dela e liberar para que ela tomasse leite artificial pela primeira vez, foi bem difícil. Para amenizar, combinei com o médico que faríamos o possível para que eu fosse para a casa no mesmo dia. E dito e feito, passava das 23h e eu estava voltando para casa, para a minha pequetuchinha e meu maridão que ficou cuidando dela!
Mas a minha história com a mastite não terminou aí, comecei a escrever esse post e, na correria, acabei deixando para finalizar depois, adivinhem qual foi a surpresa? Tive mastite de novo, 8 meses depois (2 meses atrás)!!! Quando comecei a sentir aquela dorzinha de novo, não pude acreditar, liguei correndo para o meu médico, que já receitou o antibiótico, comecei a tomar e passou (ufa!). Por isso a importância de colocar o bebê para mamar nas mais variadas posições, prezar pela pega correta (coloque o seu dedão no queixinho do bebê e puxe delicadamente para baixo, se certificando de que a boquinha dele está pegando a maior parte possível da aréola) e o esvaziamento das mamas. A primeira experiência não me deixou errar de novo, ainda bem, serviu para o aprendizado!