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Vamos passear?

Postado em 18/06/2015 por em Passeio | 2 comentários

Nesta semana, a Ju escreveu um post bem legal sobre uma viagem recente que fizemos em família, mas nem sempre sair de casa foi fácil pra mim depois que o meu filho nasceu. Nas primeiras semanas com o Gabriel, vivi um dilema. Já estava enlouquecendo de só ficar em casa, mas me faltava coragem para sair.

Fiquei o primeiro mês todo dentro de casa, só saindo para a consulta do pediatra e do meu obstetra. E neste começo não é bom mesmo ficar saindo para preservar a saúde do bebê. Mas o tempo foi passando e eu continuava com medo de sair sozinha com ele.

Com o meu marido, eu saía (ele me acompanhou nas consultas), porque ele me dava segurança e tranquilidade. No entanto, sair sem o Eduardo me dava medo, porque eu tinha receio de não conseguir acalmar o Gabriel caso ele chorasse ( e ele chorava muito).

Passeando com o Gabriel perto de casa.

Passeando com o Gabriel perto de casa.

Para pegar coragem, incentivada pela Rafa, minha comadre, comecei a tentar passear perto de casa. Primeiro, eu descia com o Gabriel no colo só para andar um pouco dentro do condomínio. Depois, comecei a dar volta de carrinho com ele próximo de casa ( Só para compartilhar, a primeira tentativa de passeio com o carrinho foi super frustada. Não consegui montar o carrinho, Gabriel ficou chorando no bebê conforto enquanto eu tentava montar o treco, demorei mais tempo nesse processo e no fim nem consegui sair com ele).

O primeiro passeio mesmo com o carrinho (meu marido me mostrou como montava o bicho rsrs) não durou nem 10 minutos, porque foi só o Gabriel abrir o berreiro que voltei pra casa. Demorei mais descendo e subindo com o Gabriel no bebê conforto ( meu prédio não tem elevador), montando e desmontando o carrinho, do que no passeio em si.

Comecei também a ir um dia por semana na casa da minha sogra. Íamos almoçar lá e eu passava a tarde lá. Era bom porque eu mudava um pouco de ambiente e descansava mais, já que minha sogra (apelidada por mim de “A encantadora de bebês”) ficava com o Gabriel boa parte do tempo.

Acredite na sua capacidade de tranquilizar o seu bebê, mesmo que isso possa demorar alguns minutos

Eu e a Ju com nossos pequenos no curso de shantala.

Eu e a Ju com nossos pequenos no curso de shantala.

Aí veio a Ju (a outra autora deste blog) – com seus super poderes mágicos de me encorajar – e me convenceu a fazer um curso de shantala com ela. Gabriel devia ter pouco mais de um mês. Como eu ainda não tinha saído de carro com ele sozinha (falta de coragem, óbvio), ela passou na minha casa e fomos os quatro juntos no carro dela. Fui super tensa, mas o Gabriel se comportou melhor do que eu esperava e chorou menos do que em casa.

Poucos dias depois, a Ju me encorajou a ir no CineMaterna com ela (eu até estava querendo ir, mas estava esperando o Gabriel ficar maior e a coragem também hehe) e foi a melhor coisa que me aconteceu. Para quem não conhecer esse projeto, é uma ideia linda para tirar as mães de casa. Vejam a descrição da fanpage do projeto:

O CineMaterna existe – e foi assim que surgiu – para tirar a mãe recém-nascida de casa. Essa é a nossa principal missão. Queremos que essa mãe tire o pijama e possa ir além do consultório do pediatra com seu bebê. Ela que está vivendo as delícias da maternidade, mas também tardes solitárias enquanto o mundo segue o seu curso normal.

Meu primeiro CineMaterna com a Ju e nossos amores.

Meu primeiro CineMaterna com a Ju e nossos amores.

O CineMaterna oferece sessões de cinema voltadas a mães com crianças de até 18 meses já em 36 cidades do Brasil (veja aqui se a sua está contemplada). Os filmes não são para as crianças, são filmes em cartazes das sessões normais que as mães votam uma semana antes e qual querem. A diferença para uma sessão normal é que o ar-condicionado não é tão frio, o som não é tão alto e as luzes não ficam completamente apagadas – isso porque as mães podem a todo momento ficar de pé – seja para acalmar o bebê ou para trocar fralda (tem um trocador dentro da sala de cinema com fralda, lenço umedecido e pomada tudo de cortesia) ou para andar com a criança. Para as crianças maiores, tem um tapetinho com brinquedos.

O melhor de tudo é a acolhida. Todas as meninas da organização nos recebem super bem, nos ajudam se precisar a segurar o bebê ou a bolsa e nos fazem nos sentir muito especiais. No final, sempre rola um brinde dos patrocinadores e, normalmente, um café oferecido em alguma loja do shopping em que as mães podem se conhecer melhor e trocar experiência.

E tem também a acolhida das próprias mães. Todo mundo entende quando um bebê começa a chorar, quando vê uma mãe embalando o filho para dormir ou tentando conter a birrinha do seu pequeno. Não há nenhum olhar de reprovação ou incomodação, mas sim de entendimento e compaixão.

Gabriel curtindo um CineMaterna nesta semana.

Gabriel curtindo um CineMaterna nesta semana.

Comecei a ir – normalmente com a Ju – ao Cinematerna quase toda semana quando tinha sessão na minha cidade. E comecei a ir dirigindo sozinha, muitas vezes, com o Gabriel aos berros atrás. Mas eu respirava, ligava o som e seguia em frente sem parar, pois achava que parar só ia prolongar o trajeto e a angústia. Com o tempo, ficou mais fácil, porque Gabriel foi ficando mais tranquilo e algumas vezes ia até dormindo no carro.

Nem sempre foi fácil. Nas primeiras vezes, eu me encontrava com a Ju e íamos embora na mesma hora. Teve uma vez que a Ju precisou ir embora e eu decidi ficar para dar mais uma volta no shopping. Gabriel estava dormindo no sling. Quando ele acordou, foi me dando um desespero e um medo de estar sozinha com ele ali que decidi ir embora pra casa também.

Algumas coisas funcionam como um porto-seguro para mim e me deixam mais tranquila na hora de sair com o Gabriel. A primeira, é claro, é meu marido. Fico bem mais sossegada quando saímos juntos. <3

O sling também é sempre uma opção. Se nada mais acalma o Gabriel, visto o sling e, normalmente, ele dorme. E, desde os quatro meses, Gabriel passou a usar a chupeta pra dormir (sim, morro de culpa e vergonha ao falar disso – outra hora escrevo um post sobre o assunto) e o bico também me deu mais tranquilidade para acalmá-lo.

Então, se eu pudesse dar alguma dica para ajudar uma futura ou recém-mãe a sair de casa, eu diria:

 

O bem-estar da criança em primeiro lugar. Converse com seu pediatra para saber quando você já pode sair com o bebê. Normalmente, nos primeiros meses, não é indicado passear em lugares fechados (como shoppings até – apesar que no CineMaterna eu fui, pois não era muvucado). Se você perceber que o bebê fica muito agitado ao sair, respeite e não faça isso sempre. Até hoje, não saio com o Gabriel todo dia, pois sei que ele descansa mais quando está em casa com a sua rotina.

 
O bem-estar da mãe na sequência. Lógico que não queremos colocar a saúde dos nossos pequenos em risco, mas ficar só dentro de casa cuidando do bebê e da casa é enlouquecedor para a mãe. Então, coragem, e procure sair sim se isso te faz bem.

 
Comece aos poucos. Faça passeios a pé, de carrinho, no seu condomínio ou perto da sua casa. Assim, se o bebê chorar, você pode voltar logo se bater aquele desespero.

 

Eu e a Ju marcando presença no CineMaterna.

Eu e a Ju marcando presença no CineMaterna.

Busque uma companhia. Se você tiver a sorte de ter uma amiga como eu tive a Ju, com bebê também, grude nela para os passeios. Assim, uma entende a outra e ajuda também. Chame também mãe, pai, tios para te fazerem companhia se precisar e se isso te der mais segurança. No CineMaterna, por exemplo, todo mundo pode ir. Mas atenção aos parentes e amigos: é para ajudar a mãe e deixá-la mais calma. Não a deixe mais nervosa dando palpites e perguntando por que o bebê está chorando. Perguntas do tipo “Será que é fome? Será que é cólica? Ele está com frio?”, por mais que sejam feitas com a melhor das intenções, só aumentam nossa tensão. Nem sempre sabemos o motivo do choro, mas com tranquilidade vamos eliminando os fatores até acalmar o bebê.

 

Confie em você. Você tem tudo o que precisa para acalmar o seu filho. Você tem o alimento, o aconchego e o amor. Acredite na sua capacidade de tranquilizar o seu bebê, mesmo que isso possa demorar alguns minutos (que em público, quando ele está aos berros, pode parecer uma eternidade).

 

Dê tempo ao tempo. Sim, fica mais fácil. A cada dia, você e seu bebê vão se conhecendo melhor e vai ficando mais rápido saber o que ele quer ou o de que ele precisa. Isso vai nos dando tranquilidade e a confiança só aumenta. Conforme ele cresce, ele passa também a interagir mais e a se distrair com o mundo que o rodeia. E aí passear será uma delícia! Pode ser que um dia ou outro não seja tão bom. Por algum motivo, o bebê pode estar indisposto e, sem motivo aparente, ficar incomodado e choroso e você não conseguirá relaxar e achará melhor voltar pra casa. Faz parte! Nós, adultos, temos dias bons e ruins, não é? Os bebês também. Tenha a clareza de que a coisa funciona assim e curta cada dia bom e aprenda com cada dia ruim. O saldo é sempre positivo!

 

Observação 1: Na primeira vez que saí sozinha com o Gabriel de carro, ele tinha dois meses e resolvi levá-lo no meu local de trabalho para o pessoal conhecê-lo. Ele foi chorando (aos berros) todo o trajeto. Cheguei tão nervosa que assim que entrei na sala já me ofereceram uma cadeira pra sentar e uma água. Só imagino a minha cara quando cheguei! rsrsrs Veja aqui algumas dicas do blog Macetes de Mãe para acalmar o bebê no carro.

 

Observação 2: Gabriel não foi um bebê muito tranquilo nos primeiros meses e um dos motivos que eu avalio hoje era o fato de eu não praticar a livre demanda em relação à amamentação, como já comentei aqui. Então ele chorava bastante e quase não dormia de dia e, por isso, sair com ele para mim foi difícil. Acho que tem bebê que dorme um monte e é mais sossegado, o que torna essas saídas bem mais fáceis. Então, não se assuste com esse meu relato. rsrsrs Pode ser que para você seja bem mais simples! Espero que sim!

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2 Comments

  1. Adorei o texto! Tenho certeza de que vai ajudar muita mãe por aí. O Vinicius também chorou bastante até o segundo mês (quando descobrimos que as mamadas precisavam de complementação). Depois disso resolvido (e das vacinas tomadas) começamos nossas caminhadas diárias pelo bairro. No começo ele só dormia, mas sair de casa era ótimo! Com o tempo, ele também foi curtindo. Hoje em dia, quando o frio da cidade deixa, vamos caminhando para o colégio (cerca de 10 minutos) e ele adora! Ah! Na época em que usávamos o canguru (até o 1º aniversário), o maridão adorava ir com o Vinicius no supermercado (e eu aproveitava para descansar)! Fica a dica! 😉

    • Boa dica, Talita! Os papais podem passear sim com os pequenos para darem um descanso para a gente de vez em quando. 😉

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