Dicas para tornar a madrugada mais suportável para as mães
Se há duas coisas que me deixam mal humorada são fome e sono, o que é muito comum de se ter depois de ter filho, ainda mais nos primeiros meses. Mas pior mesmo é a privação de sono (não é à toa que é uma forma de tortura, né?). Com um recém-nascido, por mais que de noite ocorra a mesma coisa que ocorre de dia (mamadas, trocas de fralda, fazer dormir, cólicas, etc), fazer isso de madrugada com sono torna tudo pior.
Como mãe de segundo filho, sinto informar a quem ainda tem apenas um ou nenhum que ficar sem dormir é terrível igual da mesma forma; quer dizer, não acho menos pior pelo fato de já ter passado por isso. Mas a experiência me faz pensar em algumas dicas para tornar as madrugadas – em que precisamos levantar para cuidar dos pequenos – menos sofridas. Vejam só:
1) Saiba que “vai passar”: o mantra materno universal se aplica aqui também. Com o tempo, o número de vezes que a gente tem que levantar vai diminuindo até um dia que voltamos a dormir a noite toda – e considere a noite toda pelo menos 6h seguidas, um novo conceito de noite toda rs (um sonho no momento ainda). Então, ao sair da cama cansada, respire fundo, repita o mantra na cabeça e vá em frente que um dia vai passar mesmo.
2) Aceite e não crie expectativa: a Ju, a outra autora deste blog, compartilhou comigo ainda quando o Gabriel era pequeno uma constatação dela que me ajudou muito. Ao nos levantarmos na madrugada, não devemos pensar que serão só cinco minutinhos e já poderemos voltar a dormir; temos que já ir preparadas para ficar acordadas um bom tempo se necessário. Não é sempre que o bebê vai dormir mamando e será só colocar no berço, no moisés ou na cama e voltar a dormir – simples assim. Pode ser (como tem ocorrido com frequência por aqui) que o pequeno mame e continue acordado e você terá que ficar embalando ou fazendo o que for para ele dormir por um bom tempo. E isso é cansativo ao quadrado. Então, ao se levantar, pense já que vai demorar e se conforme com esta situação ( O velho conselho: aceita que dói menos rs). Se for rápido, será melhor pra você, lógico (sorte sua hehe). Mas não criar expectativa e aceitar que você não irá dormir a noite inteira por um bom tempo é o melhor caminho para tornar este momento menos difícil.
3) Peça ou aceite ajuda: Lembro que, nas primeiras semanas do Gabriel, eu levantava e fazia tudo de madrugada sozinha, sem acordar meu marido. Achava que, como ele tinha que trabalhar no dia seguinte, devia deixá-lo descansar e o poupava. Até que ao compartilhar isso com a doula que nos acompanhou no parto, ela me disse para pedir ajuda pra ele se precisasse (ela viu que eu estava acabada) porque ficar com o bebê o dia todo também era um trabalho e às vezes mais cansativo do que o dele. A partir daí, comecei a acordá-lo após amamentar para que ele fizesse o Gabriel arrotar e o colocasse no berço – isso já me garantia uns 10 minutos a mais de sono. Com o Bernardo, faço isso desde o primeiro dia. Tem vezes que o amamento, coloco pra arrotar e o faço dormir sozinha, mas não hesito em chamar meu marido quando estou caindo de sono e aí ele me ajuda a trocar fralda (A fralda do Bê fica muito cheia de madrugada, fora quando faz cocô, o que quase não ocorria com o Gabriel em que não o trocávamos durante a noite com tanta frequência) e a fazer o pequeno dormir. Até porque o Bernardo tem nos dado uns bailes de madrugada. Tem vezes que fica umas duas horas acordado até se render e só nos revezando mesmo para aguentar. Já tivemos, inclusive, que trabalhar em equipe quando tivemos os dois filhos acordando ao mesmo tempo de madrugada nas poucas vezes em que Gabriel acordou por causa do choro do Bê. Aí cada um ficou com um. Portanto, se precisar, chame sim seu parceiro para ajudar ou aceite a ajuda de alguém (mãe, sogra, etc). Ter sono é fisiológico e dormir é uma necessidade. Precisamos saber admitir pra gente quando estamos tão cansadas a ponto de não termos força para cuidar do pequeno de madrugada e pedir ou aceitar ajuda.
4) Procure conforto: comentei no Instagram do blog como desta vez ter uma poltrona de amamentação está fazendo toda a diferença nas minhas madrugadas. Com o Gabriel, achei que ter uma poltrona ia ser um trambolho e aí decidi comprar apenas uma cadeira mais moderna (e nada confortável para ficar o tempo que passamos amamentando). Uma das primeiras coisas que eu disse para meu marido quando engravidei de novo foi que desta vez queria uma poltrona pra amamentar, mesmo que fosse deixar o quarto abarrotado. Compramos uma usada mesmo e tem sido realmente mais confortável pra eu amamentar de madrugada sentada nela. Até meu marido concordou e muitas vezes acaba adormecendo na poltrona ao fazer o Bê dormir (A Ju já escreveu um post sobre como escolher uma poltrona de amamentação aqui). Lógico que isso é super relativo. Tem quem prefira amamentar na cama mesmo, no sofá… O que quero dizer aqui é que vale investir no que pode tornar as madrugadas mais confortáveis, seja uma poltrona, uma almofada, um mini berço acoplado na cama, etc…
5) Pense que o amor compensa: Lembro de outra conversa que tive com a Ju quando o Gabriel e a Maria Antônia ainda eram pequenos e ela me disse que tinha vezes que, lógico, levantava de madrugada cansada e só desejando dormir; mas, outras vezes, acordava feliz porque já estava morrendo de saudades da pequena (mães entenderão rs). Então, já que não tem jeito e precisamos nos levantar, olhe pro lindo presente que tem nos braços (mesmo quando chora hehe) e pense que vale a pena. Não me venham com a frase do
tipo “ninguém mandou ter filhos” ou “agora aguenta”. O que quero dizer, num tom bem mais carinhoso, é que isso faz parte e que somos privilegiadas por passar por esse cansaço eterno, inclusive as madrugadas acordadas. Quantas mulheres querem ser mães e não conseguem? Quantas perderam seus bebês e dariam tudo para tê-los novamente? E nós que os temos nos braços – ainda que chorando, nos fazendo levantar n vezes de madrugada e nos deixando em claro por horas – temos que nos sentir abençoadas sim por ter alguém que nos faz passar por isso. Não é a melhor parte da maternidade, mas significa que estamos vivendo a maternidade.
No mais, muita paciência porque com o tempo melhora. Eu não vou dizer que dá saudade de acordar de madrugada ( eu não senti falta pelo menos rsrs), mas dá uma satisfação pensar em cada fase que vivemos e vê-los crescendo saudáveis e felizes. A gente não tem a obrigação de levantar feliz da vida de madrugada, então não se sinta mal por não ter vontade de sair da cama ao ouvir o bebê chorar. Mas fique tranquila, mantenha a calma para fazer o que for preciso e lembre-se do mantra lá do começo: vai passar. ; <3
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