O tal do “blues puerpural”, depoimento pós-parto
Durante a gravidez, ouvi muitos conselhos do tipo “aproveite para dormir agora, vc vai virar muitas madrugadas em claro” ou “faz esfoliação no bico do seio pra diminuir a sensibilidade, pq amamentar machuca”. Até aí tudo bem, com certeza não fui a única, mas ninguém me disse que eu passaria as 3 primeiras semanas chorando sem motivo, nem que era normal e nem que logo ia passar.
Quando chegamos da maternidade, coloquei a minha filhotinha no bercinho e fiquei ali, namorando o rostinho dela um tempão, tão linda! E me emocionei pensando no ciclo que se encerrava com o fim da gravidez e no novo mundo maravilhoso que estava se abrindo pra nós. Estava me sentindo, forte, tranquila e segura, ainda mais por que minha mãe passou a primeira semana comigo, embora eu me encarregasse de todos os cuidados.
Neste meio tempo, eu e meu marido fomos levar a Maria Antônia para o teste da orelhinha, no Hospital Universitário, já que uma conhecida sugeriu que não fizéssemos o exame na maternidade (bobeira, devia ter feito na maternidade, sim). Neste dia, passei a ter alguns acessos de choro por motivos bobos e na maioria das vezes sem razão mesmo. Me senti a pior mãe do mundo, pois havia levado minha filha para um ambiente insalubre, tão pequenina, sem as vacinas, afinal, o HU é enorme e passamos por alguns andares até chegar no consultório da fono, onde o teste era feito. Depois disso, um excesso de cuidados e preocupações com ela se apresentaram, logo eu, que sempre fui tão ‘cuca fresca’. E a vergonha de não conseguir controlar o choro na frente das visitas?! Não queria ser mal interpretada, que as pessoas achassem que eu não estava feliz com a minha princesinha, por que alegria maior não há! Meu marido não podia me perguntar se estava tudo bem, que eu respondia com um bico enorme e começava a chorar, ele me perguntava o motivo e eu não sabia responder!!!
(…) ninguém me disse que eu passaria as 3 primeiras semanas chorando sem motivo, nem que era normal e nem que logo ia passar.
Pensei que poderia ser depressão pós-parto, mas conversando com a minha cunhada, ela me comentou sobre o tal do “baby blues” e fui pesquisar. O “baby blues” ou “blues puerpural” acontece com cerca de 70% das mulheres que acabaram de ter bebê, se dá por todas as novidades que vivenciamos, mas principalmente pela queda de hormônios no nosso corpo.
Por experiência própria, o mais importante para superar essa fase é não se importar com julgamentos das pessoas que te taxam de fresca ou fraca, respirar fundo e esperar um pouquinho, paciência, por que passa! Quando temos o colinho e a segurança do nosso parceiro então, fica ainda mais fácil. O melhor de tudo, é que essa ‘tristeza’ sem explicação vai embora tão repentinamente quanto chega, por aqui, durou uns 15 ou 20 dias. Em frente!!!!!!
Não dá um alívio quando descobrimos que não somos a únicas a passar por isso??? A queda dos hormônios é mesmo catastrófica! Chorei todos os dias do primeiro mês de vida do Vinicius. Estamos juntas, Ju! 🙂
Simmmmm, saber que não somos as únicas, que isso acontece com uma boa parte das novas mamães e que não é nenhum terror, é uma curta fase. Diria que é uma ponte entre a barriga e o bebê nos nossos braços! <3